terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MEMORIAL

Nasci no meio rural, onde o contato com a leitura e a escrita não acontece com facilidade, aos seis anos tive o primeiro encontro com as letras através do livreto carta do ABC, com uma professora particular a qual tinha a função de preparar para o ingresso na escola aos sete anos.

Apesar da dificuldade sempre demonstrei interesse pelo mundo do saber, utilizava as janelas da casa como quadro e as bonecas como alunos, quando criança nunca desejei um livro, pois nem tinha consciência da existência do mesmo.

Quando adolescente já morando no meio urbano comecei a acreditar que uma pessoa para ser considerada inteligente tinha que ler livros grossos, foi aí que conheci o livro "A Moreninha", peguei emprestado na escola para todos verem, trouxe para casa, comecei a ler, achei horrível, não consegui ler mais que 10 páginas, mas deixei passar o tempo necessário e só então devolvi guardando assim um segredo, não tinha lido o livro. A literatura da época para jovens era a revista Sabrina, eu não gostava, nunca li nenhuma, achava sem graça e sem sentido.

Meus professores nunca demonstraram interesse pela leitura, eram muito educados falavam muito da importância do aprender, para a emancipação do jovem pobre, mas nenhuma deles falaram do mundo mágico e particular da leitura.

Hoje vivemos num mundo letrado onde a leitura é fundamental no processo de crescimento e amadurecimento do indivíduo, lemos por necessidade. A leitura tem o poder de nos mostrar o mundo inteiro e por parte, assim como o que lhe integra e o que lhe desintegra.

A leitura faz dos nossos olhos janelas, basta abri-las para contemplar a paisagem lá fora.

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